Quadrante 14

Expressão.

Onde encontro expressão? Através do corpo. O corpo fala. Acho interessante a forma como posso estilizá-lo; explorar os seus limites visuais e conceptuais. Corpo de quem? De onde? Quando, no tempo, o imprimi na minha memória? O corpo daqueles que amo.

Figuras, retratos, palavras, formas...pertencem ao suporte. Deixam-me por vocês. Trabalho com a contradição entre o conceito “não idealizado” e o facto da obra nunca ter sido externa à sua origem. É uma realidade confusa. Organizo-me por camadas; por estruturas. Uma inquietação que procura a estética. Uma busca constante de respostas que resultam em diferentes tipos de trabalhos, que, com sorte, me darão algum tipo de clareza e orientação. Todos eles expressam os longos pensamentos da minha consciência intemporal e como a minha mente - o inconsciente - lida com eles. Um diálogo puro. É orgânico. É técnico.

Uma presença. Um feitio.

Espaço. Onde encontro espaço? O que pode ser mais amplo e mais leve que uma reta? E que tal um quadrado? O equilíbrio. Quero contraste. Eu quero uma composição onde cada elemento é diferente e ilimitado como a sua plasticidade.

Erro como oportunidade. Erro como ferramenta.

Durante o processo criativo, todas as expressões tangíveis encontram-se e dinamizam-se de uma forma inconscientemente sólida. As cores são espalhadas pela base e, como na nos- sa natureza, parecem ter instintos, sentimentos... um conhecimento irracional sobre caminhos e harmonia.

Ana Malta, Fevereiro 2020

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Quadrante,2021

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