Quadrante 14

A DESCOBERTA

Urra! que me sei definir? Somos todos iguais! Queremos vaguear na vadiagem, Presos a esta existência que urge em se fazer dia, enquanto se é noite, feitos de estrelas, mortos à nascença, brilhantes na interjeição. Descosi-me mais um pouco. Levo-me à fábrica do amor, Mais um remendo se me espera. És tão linda! Sabes sempre o que me dar. És a beleza dos meus contos. Ouve-me e dá-me esse olhar terno, Sorriso pálido de quem luta sem guerras. Silêncio! Quero ouvir o mar que perdi Silêncio! quero cantar a melodia que me prende. Desalinhei-me e continuo no caminho Perdi-me e regresso sempre à tua luz! Guarda-me o lugar na mesa Deixa-me voar, segura na minha linha e voa através de mim, Tinhas tudo para seres livre!

Levantei-me para me sentar de novo. Repeti o processo tantas vezes que circulei pelo mesmo espaço até ver tudo panoramicamente Entrei. Saí. Entrei e saí A divisão incomodava-me, mas não me sabia caber em nenhuma. Estava inquieta, enquanto passiva e preguiçosa.

Abri a porta. Abri a janela.

Era falta de ar, era ânsia de luz.

Era o corpo a pedir repouso, com a cabeça a gritar ação. Era a náusea era a vertigem do stress. Era o choro da incerteza. Deitei-me no chão da varanda Olhei o céu Vi os pássaros ouvi o rio, Respirei. Era eu. SONS DEMIM

Autora dos dois poemas anteriores: Mariana Lopes - Jurista

Silêncio! que se vai ecoar no nada. Dantes é que era bom, E eu nem sei como era o dantes. Silêncio! que quero ouvir, Procuro a bainha que se desalinha de mim. Silêncio! que me entrego ao universo. Não encontro remédio para me acalentar, Sou um quente reptil que nos dementes se en - contra. Se o mundo pudesse apenas parar…. Entrar no vácuo do silencio, Deixar-se-me ir… Urra! que se faz tarde e vou a tempo,

14

Quadrante,2021

Made with FlippingBook Digital Publishing Software